quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Minha terceira e, última, experiência com editoras brasileiras

Quando, finalmente, meu certificado de cadastro na BN chegou, pude recorrer a uma segunda editora. Uma que trabalhava de uma forma que inspirava ainda mais confiança "vamos responder em um mês", eles disseram. Era outra editora conceituada, em crescimento no Brasil; democrática, publicava em muitos gêneros. Destas que apostam no público jovem que fica famoso nas redes sociais (uma pena eu gostar de escrever romances). Funcionava da seguinte forma: Você mandava 10 páginas do seu original, uma sinopse explicando sobre o que se tratava, seu crachá de serviços gerais, outra vez, e um contrato assinado, no qual você se comprometia a aceitar todos os termos, sob a pena de seu original não ser lido, caso faltasse alguma coisa; e a outra parte se comprometia a lê-lo em até um mês e te mandar um e-mail, dizendo se haviam se interessado, para, então, pedir o resto do seu original para análise, sob a pena de... bom, de... de nada. Eles vão ler quando bem entenderem e não sofrerão sanções (não somos obrigados). Por coincidência, na última sexta-feira, já com meus livros em mãos, UM ANO após mandar o original para análise, esta mesma editora me enviou o seguinte:

"Prezada Senhora,



Concluída a avaliação do original em referência, informamos que sua publicação não foi indicada, ainda que apresente evidentes qualidades."


Hum... ainda que apresente evidentes qualidades... é um discurso pronto do tipo "copia e cola"? Eles dizem isso pra todo mundo? Quais os parâmetros para uma obra ser publicável, de acordo com uma grande editora? Se não basta apresentar evidentes qualidades, quais os outros requisitos? Bem, eles nunca dizem o real motivo pela recusa, mas são educados te recusando. Vida que segue.

Estava agora mesmo pensando sobre as intenções desse blog e o que o resto do mundo pensaria se o lesse hoje. Provavelmente, o que pensei em todas aquelas recusas: Não deve ser bom o suficiente. Por que insistir nisto, então?
Eu gosto de escrever. E esta, talvez, seja a melhor coisa que posso dar à vida; talvez, a única coisa que eu saiba fazer. Mas, repito, quando submeti meu original ao jugo do Olimpo Editoral, não estava pedindo para ser aprovada como escritora, mas pedindo que aprovassem a minha história, que era relevante. E ainda é. As pessoas crescem como escritores, como profissionais, como linguistas e gramáticos, mas as histórias não mudam; uma história contada à moda Quino tem a mesma beleza que a mesma história contada por Tolstói (conservadores dirão que não). A Literatura não é uma ditadura de forma, é dinâmica, e sua essência encontra-se no conto e não no contador. Então, qual é o problema com os originais, se apresentam evidentes qualidades? A forma? O técnico? Se me dissessem, eu iria ali na esquina, procurar por uma escola onde se ensina a ser contador de histórias, escritor, romancista. Espera... não existe! Pelo menos, não, uma pela qual eu possa pagar.

Isso resume o comportamento das grandes editoras brasileiras: nos exigem parâmetros que só eles conhecem, acham que te fazem um favor ao te analisar, ao te julgar, não respeitam os prazos e, ainda, te reprovam sem mais explicações.

Mas, também, pra que te dar um feedback pra você crescer como escritor, e fazer um trabalho legal, com tanto escritor americano pra publicar no nosso país?

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