sábado, 14 de fevereiro de 2015

Minhas duas primeiras experiências com editoras

Eu, que jamais pude ser considerada uma garota de sorte (não que eu seja azarada, mas, devido às condições, nada tem sido fácil pra mim), pensei estar virando a mesa quando a maior e mais conceituada editora brasileira abriu seu curto prazo para envio de originais. Eu havia acabado de concluir Café sobre tela e meu amigo Paulo, também escritor, me disse: "Envia!"
Concluir um livro não significa que ele esteja pronto, mas ele insistiu: "O livro é bom! E se as editoras gostarem, elas mesmas farão as alterações necessárias para que fique perfeito!"

Eu acreditei.

Como ainda era garota iniciante e estava a espera do meu certificado do Escritório de Direitos Autorais, só poderia recorrer às editoras cujo prazo estivesse aberto e que não me obrigassem a enviar a cópia do cadastro da BN. Felizmente, mais uma vez, a sorte parecia me ter sorrido e a tal editora não fazia questão do cadastro.
A editora dava um prazo máximo de 6 meses para analisar o meu original e classificá-lo em "publicável ou não". Mas garantia um retorno, ao menos, para dizer o porquê de meu original não ser publicável. 6 meses não me matariam e, do jeito que estava com sorte, talvez lessem o original o quanto antes e, dependendo da resposta, o pior que poderia acontecer seria me darem uma dica do que melhorar para eu tentar outras editoras. Naquele momento, eu precisava, apenas, de uma opinião.

Fiz um sachê com grãos torrados de café e anexei ao original impresso, para que, ao abrir o envelope, o cheiro do grão antecedesse o título, criando uma sensação de criatividade, cuidado e dedicação. Para garantir que meu original chegasse o quanto antes às mãos dos editores, mandei logo no início do prazo e paguei pelo serviço 10 de entrega, chegou, com eficiência, antes das 10 horas do dia seguinte. Desde então, começaria uma saga de olhar a minha caixa de entrada, todos os dias (like a freak), à espera de uma resposta.

Durante o tempo aceitável de ausência de resposta, enviei meu original a outra grande editora brasileira. Destas que nem se dão o trabalho de recolher originais impressos: você cadastra seu endereço de e-mail, detalha sobre o que se trata o seu livro e, então eles decidem se querem lê-lo ou não.Esta editora jamais me contatou, sequer, para informar se havia recebido o meu cadastro.

A primeira das editoras estourou o prazo máximo de 6 meses (que já não era pouco) e, após 1 ano, quando eu já estava por publicar com outra, me enviou um e-mail do tipo: "Seu livro é legalzinho, mas não vamos nos comprometer."

Nesse meio-tempo, desenvolvi uma gastrite, tive minha autoestima massacrada e prestei o vestibular para cursar História. Sem querer querendo.

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