sábado, 14 de fevereiro de 2015

Maldito Romance

Naquela história de "o ovo ou a galinha", para publicar um livro você precisa, basicamente, ser conhecido; mas como ficar conhecido como escritor sem publicar um livro?
Você, provavelmente, diria: "Ora, a internet tá aí, diariamente, dando oportunidade pra gente nova. Por que você não escreve um blog?"
Certo. Um blog é uma boa ideia; mas o que uma pessoa desconhecida, com uma vida pacata, em uma cidade pequena, tem para dividir com os outros?
A menos que você queira construir uma identidade atrativa, através de autoafirmação, para ser considerado interessante, um blog pessoal não é uma boa ideia.
Eu vi, recentemente, jovens brasileiros lançar-se no mercado editorial a partir da divulgação de páginas em redes sociais; mas, a menos que escreva versos em poesia, ou saiba desenhar e construa um portfólio rico em gravuras e frases de efeito, você não é interessante ao mercado editorial.
Eis que os deuses me presentearam com o extra-bônus da perseverança literária: o romance.
Eu escrevo romances! E isso responde, não só à pergunta que você faria, mas, também, às outras que já cansei de ouvir: "Por que você não faz jornalismo, se você gosta de escrever? Por que você não faz Letras? Por que você não escreve contos e envia para o jornal local?
Quisera eu escrever contos. Me envolver em pequenas histórias, começar e terminar, semanalmente, uma vida de personagens; mas eu sou apegada! Eu gosto de viver com eles uma vida significativamente longa.

Pior do que um intendente a escritor, só um intendente a romancista; pois, até para percorrer o caminho inverso (ficar conhecido para conseguir publicar), o infeliz tem dificuldade. Não dá pra compartilhar um romance por semana nas redes sociais. Somos a casta mais puritana da Literatura.

P.s.: Só nos resta, então, recorrer ao envio de originais às editoras e suplicar por sua misericórdia e bondade.

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